"Havia um sarau para se realizar
Para se realizar um sarau havia
Já que sarau não houve
Vamos com mais uma pentalogia."
Para se realizar um sarau havia
Já que sarau não houve
Vamos com mais uma pentalogia."
Confesso que havia um projeto para 20 de abril, véspera da
Inconfidênica Mineira. Sarau dos poetas inconfidentes. Falei em uma crônica que
não houve. Mas a ideia persiste. A ideia de comunicar a poesia como forma de
liberdade. No entanto podemos preservar a ideia e criar um grupo, quem sabe uma
academia virtual, dos poetas inconfidentes do leste. Ficaria legal, acho.
A pentalogia deste domingo das minhas pétalas semanais fala
de Pandemia, tema do meu livro Versos Infectantes, de amor e de caminhos que
temos para percorrer. Intercalei com quadras, do projeto Poemas em pó, entrando
na metalinguagem do agir/não-agir poético.
PÉTALA I: Sobre apertos e aprendizados em uma pandemia.
PÉTALA II: Sobre a rejeição do poeta para temas concretos
que pode se reflexão da pouca absorção dos poemas que abordam a realidade.
PÉTALA III: Viver de amor é o mesmo que morrer de amor. Vida
e morte no amor não existem. Amor é além destes acontecimentos.
PÉTALA IV: Uma quadra falando do fazer poesia, do trabalho
árduo de se compor um poema.
PÉTALA V: Fazer a mesma coisa todo dia é não conhecer a
diversidade de caminhos que a vida nos proporciona. É um convite para
conhecermos a riqueza da existência humana.
EM UMA PANDEMIA
Em uma pandemia a gente apanha
Em uma pandemia a gente aprende
Se ela não te mata ao menos arranha
É um imprevisto que te surpreende.
Na pandemia nossos dias são frios
Mas o calor da família é que aquece
As notícias na tevê causam arrepios
Em casa o teletrabalho enlouquece.
Não brinque agora que é muito sério
E não brinde agora que não é a hora
Se você não teme ir para o cemitério
Sinceramente eu não quero ir agora.
Toda pandemia faz a gente adoecer
Eu só quero que isto tudo passe logo
Toda pandemia faz a gente padecer
Para a sensatez dos homens eu rogo.
Em uma pandemia revemos valores
Em uma pandemia a gente defronta
Com amores e com nossos rancores
Tudo que em nós calado nos afronta.
Em meio a tantos desafios há beleza
Na partilha do pão na desigualdade
Pandemia é desequilíbrio da natureza
Ou reflexo do abuso da humanidade?
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QUADRA 66
Não cabe em minha cabeça
Um poema tão concreto
Inda que o poeta cresça
Prefiro o meu papo reto.
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VIVER DE AMOR
Eu posso viver de amor
Colorir a vida de tons leves
Eternizar momentos breves
Agarrado aos fios de esperança.
Eu posso cavar poços no deserto
Atrás de um futuro ainda incerto
Somente para ter você por perto.
Eu posso morrer de amor
Em cada volta do ponteiro
Estar com os bolsos vazios
E te dar um mundo inteiro.
Mas nada vai adiantar
Se você não se encantar
Com o azul do seu mar.
Viver de amor, morrer de amor
Amor não é tempo, nem espaço
É beijo que arremata o abraço
É toque leve para além da pele
Enquanto meu coração expele
Mais um poema em seus lábios.
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QUADRA 67
Em uma pandemia a gente aprende
Se ela não te mata ao menos arranha
É um imprevisto que te surpreende.
Mas o calor da família é que aquece
As notícias na tevê causam arrepios
Em casa o teletrabalho enlouquece.
E não brinde agora que não é a hora
Se você não teme ir para o cemitério
Sinceramente eu não quero ir agora.
Eu só quero que isto tudo passe logo
Toda pandemia faz a gente padecer
Para a sensatez dos homens eu rogo.
Em uma pandemia a gente defronta
Com amores e com nossos rancores
Tudo que em nós calado nos afronta.
Na partilha do pão na desigualdade
Pandemia é desequilíbrio da natureza
Ou reflexo do abuso da humanidade?
Um poema tão concreto
Inda que o poeta cresça
Prefiro o meu papo reto.
Colorir a vida de tons leves
Eternizar momentos breves
Agarrado aos fios de esperança.
Atrás de um futuro ainda incerto
Somente para ter você por perto.
Em cada volta do ponteiro
Estar com os bolsos vazios
E te dar um mundo inteiro.
Se você não se encantar
Com o azul do seu mar.
Amor não é tempo, nem espaço
É beijo que arremata o abraço
É toque leve para além da pele
Enquanto meu coração expele
Mais um poema em seus lábios.
Um poeta usa a caneta
Estraçalha uma loucura
Como se fosse a marreta
Batendo na pedra dura.
Eu não bato todo dia nas mesmas teclas
Não reproduzo todo dia as mesmas cópias
Eu não sigo todo dia as mesmas regras.
E ter uma nova atmosfera no ar que respiro
Quero olhar para o sol e ver um novo motivo
E um novo alvo para eu acertar o meu tiro.
Eu não fumo todo dia a mesma erva
Eu não aponto todo dia as mesmas pontas
Nem todo dia o meu voto é o de minerva.
Quero um remédio sem efeito colateral
Meu paladar sempre busca novos sabores
Nem todo dia eu ponho a bola para lateral.
Eu não rimo todo dia os mesmos versos
Eu não termino o dia com o mesmo ponto
Pois há no meu destino caminhos diversos.
Ainda que a vida seja apenas massa bruta
Hoje eu quero sentir como é uma perfeição
Por hoje eu não vou desistir da minha luta.
VERSOS INFECTANTES
(MÓ)MENTOS DE UMA PANDEMIA
Sobre um eu-poético
que evita contato com o vírus
que se envolve com seu versos.
Sobre um eu-poético
em um mundo que se infecta
com seu profundo se conecta.
CONTATO PARA AQUISIÇÃO
mendesclaudioantonio@gmail.com
PENTALOGIAS DE PÉTALAS ANTERIORES
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