O VERÃO QUE NÃO HOUVE
1816 foi um ano que não teve verão. Aconteceu que no ano anterior, nas longínquas Ilhas Orientais Holandesas, hoje Indonésia, ferveu sob a superfície terrestre a matéria-prima para uma tragédia que mudaria a história do mundo nos anos subsequentes. A devastação deu-se sob a forma de uma explosão vulcânica cataclísmica no monte Tambora. Foi, segundo especialistas, a erupção mais poderosa até hoje. Suas cinzas ocasionaram mudanças climáticas singulares na América do Norte e na Europa.
Hoje historiadores levantam a relação desta erupção com a derrota de Napoleão
em Waterloo. “Em Waterloo, Napoleão poderia ter ganhado, e talvez seja por isso
que nunca deixarão de ser escritos livros sobre aquela jornada”, dizia o
historiador italiano Alessandro Barbero ao El País numa reportagem por ocasião
do bicentenário da batalha.
Fonte: El País.
Os efeitos foram terríveis: A erupção provocou
um frio que gelou as lavouras da América do Norte, onde ainda nevava
Baseado neste fato a ABERST (Associação Brasileira de Escritores de
Romance Policial, Suspense e Terror) criou a Ghost Story Challenge, que
consiste no desafio de isolar por uma noite escritores de crime e terror em
algum lugar sugestivo.
O VERÃO QUE HOUVE
Shelley publicou seu livro após dois anos e ter sua obra recusada duas
vezes. Somente agora tenho falado da minha obra, mais de 20 anos se passaram
daquele verão de 1996, com 180 anos de distância daquela reunião às margens
suíças do Lago Léman. Em ambiente de tertúlia literária quando os escritores
George Gordon Byron (Lord Byron), John William Polidori, Percy Bysshe Shelley e
Mary Godwin (mais tarde Mary Shelley, após casar com Percy), entretinham dias
de frio e chuva no seu refúgio de férias. Juntos, recriavam histórias de terror
saídas da literatura gótica alemã.
Uma ideia interessante seria em um sábado de inverno, juntando a experiência do
Corujando da Editora Andross, pela qual já publiquei em duas antologias
(Vendetta e Ponto de criação) e estamos aguardando a saída de Fio vermelho para
este ano, com a Ghost Story Challenge da Aberst. Penso aqui em denominar de
Noite Byroniana. O que acham?
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