sábado, 21 de novembro de 2015

TUDO



Tudo passa em mim.
Tudo está sendo passado a limpo.
Tudo parece ser nada,
Quando nado a favor da correnteza.

Tudo pesa na hora do sono.
E peso tem haver com gravidade.
Quanto mais grave o fato,
Em mim fica mais pesado

Tudo pisa sobre meu ego.
Entrego-me de corpo e alma...
A aquilo que me parece certo.
A aquela que quero por perto.

Tudo posso naquele que confio.
Posso medir meus esforços...
Posso pedir música no Fantátisco.
Posso fantasiar meu poço.

Tudo puxo para meu lado.
O lago e o lodo.
O lagarto e o lobo.
Depois do pulo sobre o muro.

Então tudo vira entulho

Depois das festas de julho.

NECROSE DE UM RIO




A mineradora é
Meretriz imprudente
Enlouquecida com rendas
Esqueceu-se do absorvente

E uma necrosante menstruação
Descendo por gravidade
Aniquilando a seiva da vida
Cidade por cidade

O Rio Doce amarga
No mar está impedido que entre
Pois a meretriz lapida
A morte em seu ventre

TIRO DE MISERICÓRDIA NO RIO DOCE















Primeiro veio pecuária...
Ciscando colinas de sedimentos
Solidificando o leito

Em seguida, as hidrelétricas...
Feito ordenhadeiras
Sugando toda energia
Para nosso vil aproveito

Agora a mineradora...
Frente ao rio que não mais deságua
Dá seu tiro de misericórdia
Mais que chumbo, todo rejeito.

LEIA TAMBÉM: NECROSE DE UM RIO

AGRADECIMENTO DE UM FAMINTO

UM FAMINTO
FAZ AGRADECIMENTO
AO RECEBER DE ESMOLA
UM POUCO DE ALIMENTO
DEPOIS DE FICAR FAMINTO
MUITO E MUITO TEMPO



Des’agradeç’alimen

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O PODER DA LEITURA

DA SÉRIE: DE-K LOGIA POETRI-K


TELECARNIFICINA

Eu feliz no meu canto.
Liguei a Tevê,
Tive um espanto.


O PODER DA LEITURA

De correntes eu me livro
Perguntaram-me pelas chaves
Eu disse: livro.




PATROCÍNIO CULTURAL

A vale não mais banca
Agora produz longas
“TERROR NO VALE”


DESCONTROLE CONTÁBIL

Já perdi a conta
De quantas vezes morri
Em acertos de conta


POEMONIX

Para que a literatura
Não me atrase,
Resumo tudo em uma frase.



EFEITO COLATERAL

A cidade abafa meu grito
Então pego a caneta
E na poesia, exercito.


NA HORA DO FUTEBOL

Enquanto a bola rola,
Eu diblo o reumatismo
E me enbolo com você.


EM FRENTE

Sem ter certezas,
Sem acertar na mosca,
Marcho com minhas fraquezas.




SELVAGEM
Existe lama no Doce,
Existem chamas em Paris,
É o capital dando coice.



TROCA DE CONTEÚDO
Com o lamaçal no RIO DOCE,
Trocou-se a diversidade biológica

Pela tabela periódica.

sábado, 14 de novembro de 2015

ALDRAVIAS GARIMPADAS NA LAMA


barragens
arrebento
vidas
soterro
irresponsabilidades
desenterro


doce
com
lama
na
sobremesa
capitalista



fica
vidas
na
vila
avitimadas
lamavelmente


lama
da
vale
invalidando
verdadeiros
sonhos


não
foi
acidente
foi
foice
ocidental


queda
barragens
enlameia
vilas
barrando
vidas


tragédia
sem
trejeitos
alamaçando
tudo
todos

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

DECANATO POÉTICO VERTICAL***VERTIKLAUS 4



Nada
me convém
ninguém
me convida
resoluto
eu me
pergunto:
o que
faço
na vida?


%%%%%%%%%


na beira
do caos
sem
ter
caís
na corda
bamba
apertada
na garganta
caindo...


%%%%%%%%%

indo
para
casa
assistir
televisão
vindo de
homéricas
 batalhas
pelo
pão


%%%%%%%


textos
pequenos
grandes
venenos
em
pequenos
frascos
que
extravagantemente
trago



DECANATO POÉTICO VERTICAL***VERTIKLAUS 03






eu 
mato
horas
enforco
dias
sepulto
anos
esvazio
a vida
anulo-me

%%%%%%%%%

comendo
pelas
beiradas
na
selva
de cimento
armado
armado
até
os dentes

%%%%%%%%%%%

tomento
na
cabeça
feito
tormenta
nos
pensamentos
enxurrada
de
pesadelos

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

ALDRAVIAS DA SAUDADE


ALDRAVIAS DA SAUDADE



I
finado
sem
ser
fim
apenas
páscoa

II
vela
coroa
túmulo
saudade
tumulto
mental

III
amigos
parentes
ainda
presentes
sente-se
sempre

IV
tempo
não
importa
lembranças
sempre
temos

V
anteontem
bruxas
ontem
santos
hoje
humanos


VI
túmulos
centrais
túmulos
periféricos
eterna
desigualdade

VII
estamos
juntos
agora
defuntos
eternamente

conjuntos