quarta-feira, 22 de julho de 2020

SETE FACES DOS POEMAS DE MÁRCIO MUNIZ em POEMAS E OUTROS TANTOS SENTIMENTOS


Começo essa nova série de postagens sobre poemas no intuito de compartilhar aos que gostam de trilhar entre os (uni)versos de  obras solos ou antologias poéticas. A série Pentalogias Poéticas fica para os poemas dos meus conterrâneos, mesmo os que não estão em livros, poemas de poetas que nasceram aqui ou daqueles que atualmente residem. Abrange também aqueles que estão em outras paragens. Ainda tem a Pentalogia das Minhas Pétalas Semanais em que compartilho versos da minha lavra.
         Quem estreia a nova empreitada do nosso blog Escritos do Cláudio é Márcio Muniz. Não o conheço pessoalmente, mas tenho contato com parte do seu trabalho através da editora Illuminare onde estivemos juntos em algumas antologias como Contos de um natal sem luz - IV (2018) e Microcontos: Pequenas histórias Grandes talentos (2019). Vamos então às sete faces de sua obra Poemas e outros tantos sentimentos que baixei recentemente na Amazon.
        



FACE I

A vida, este milagre
Feito de alma e de sangue
E cuja finita brevidade
Nos impele a seguir adiante

Do poema Poesias tristes

O poeta fala do tema da rapidez com que a vida a passa por nós, tema recorrente em outros versos de outros poemas da mesma obra como A fila e A fila anda... Constantemente Márcio Muniz fala sobre o tempo, um de seus poemas tem especificamente esse título e começa com a onomatopeia do relógio, essa máquina que discretamente aponta para o nosso peito, com seu tic-tac. 




FACE II

Gosto de letras e poesias.
Canções que falem alto
Aos corações.
Gosto do sentimento
Posto no papel.

Sobre gostar de poesia

São poucos os poetas que resistem a poetizar seu gosto pela poesia. Escrevemos poemas por que gostamos. Em nosso abstrair-se da realidade para mergulhar no mundo dos (uni)versos. O sentimento no papel, ou na tela dos nossos computadores e outros acessos. Aparecem também nesse poema as famosas borboletas no estômago. O poeta aqui acaba nos apresentando as figuras de linguagem, ferramentas com as quais colocamos no papel ou no mundo dos bytes nossos tantos outros sentimentos. O autor faz isso tão bem que somos "empurrados" a seguir desbravando os seus versos.



FACE III

Como é bom guardar na memória,
A lembrança do último sorriso
E do beijo incerto e tímido
Que apenas sonhei em dar.

Despedidas e desventuras

Não podia faltar no poema de Márcio Muniz o amor platônico. O beijo pensado em não dado, do abraço imaginado e não sentido. Guardar na memória é fazer o histórico dos nossos sentimentos. Seria o poeta Márcio Muniz, pelo que leio dele em outros meios, o poeta do amor.




FACE IV

Vou em frente
Em um movimento letárgico
Quase “Zumbizalizado”.

Continuar...

Todo ser humano encontra suas indecisões diante das incertezas da vida, seguir em frente, ainda que cambaleando, ainda que pisando em ovos, como diz um velho ditado, o poeta verseja sobre essa necessidade de estar sempre caminhando, mesmo quando caminhos não há, os pés na grama os inventarão, dizia Ferreira Gullar.




FACE V

Não quero empunhar armas,
Trincar os dentes
Ou fazer cara feia.

Vou me jogar


Em um mundo desmoronando o poeta não quer lutar com as armas que geralmente o homem se lança para vencer na guerra diária. O poeta prefere as armas da sensibilização, da vida em harmonia. O poeta necessita sorrir por dentro e por fora, o poeta não quer se dá pela metade, mas por inteiro. Nessa face dos poemas de Márcio Muniz nos questionamos quais armas usamos no nosso dia a dia.






FACE VI
Quem sabe se eu tivesse dito,
Palavras certas e com mais sentido
E não somente tantas declarações
Embebidas de minhas emoções.

Pra te reencontrar

Reencontrar com alguém é reencontrar consigo mesmo. A revisão e a confissão dos seus equívocos faz o poeta se questionar onde pesou mais seus sentimentos. Chega a considerar que mais ação e mais razão poderia ter mudado a história de um relacionamento. Nunca se sabe. O poeta em seu último poema, A última poesia, se rende ao pragmatismo. Sabemos que não, ele está nesse momento na batalha para compartilhar conosco mais um bom livro de poema.




FACE VII

No silêncio de cada um,
Reside uma poesia.


Amo em silêncio

O poeta relembra sobre o papel do silêncio, que varre as palavras deixando delas apenas a essência. Ouvir a voz que vem de dentro, é que o poeta faz quando se entrega ao deleite das abstrações chegando a rabiscar papéis e a surrar teclados em busca de por para fora de si suas palavras e sua visão de mundo. Marcio Muniz sabe o quanto o silêncio é necessário.


PRÓXIMA POSTAGEM DA SÉRIE: ANTONIO JADEL



domingo, 12 de julho de 2020

QUARTOS, GAIOLA E MEMÓRIAS: PENTALOGIA DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS – IX


PENTALOGIA DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS – IX



Então chegamos a mais um domingo. Dia de postar um apanhado do que foi produzido no fim de semana como compromisso que eu fiz comigo. Não é o melhor que produzi, até pelo fato de que em se tratando de poesia, cada um tem seu jeito peculiar de avaliar os versos de um poema. Temos aqueles que gostam de versos rimados, a outros basta que eles sejam metrificados, e ainda temos aqueles que apreciam o primor dos versos brancos e profundo.

Vamos aos cinco poemas de hoje.
PÉTALA I

Venho de tristes dias em quartos sórdidos
Por onde andei eu não conheci primaveras
Invernos são terríveis sem amor e verdades
Tudo fica cristalizado no frio de uma solidão

Venho de meses de pandemia e das incertezas
Os postes aquecem insetos e iluminam vazios
Não posso entender os desencontros forçados
D
E
S
E
N
C
A
I
X
A
M
E
N
T
O
S
Os velhos sentimentos encontram uma escapatória
Vejo pipocar reminiscências deformando a história


PÉTALA II
Quando o dia bagunça a minha cabeça
E minha alma se afunda na amargura
Imploro-te apenas que não se esqueça
De se proteger dos sopros da loucura

Alguém precisa por a casa em ordem
Guardar sentimentos em suas gavetas
Mais que lavar a louça que se acumula
D
E
S
O
R
D
E
N
A
M
E
N
T
O
S
As coisas mudam de lugar, mas amor permanece
Um vírus muda a nossa rotina, mas o dia anoitece


PÉTALA III

TRISTE NA GAIOLA

Hoje eu canto triste na gaiola
Eu que já fui um pássaro solto

Você que hoje me vê chorando
Saiba que eu já fui alguém feliz
Uma ave arisca sempre voando
De galho em galho como se diz
Agora algo em mim se contradiz

Hoje eu canto triste na gaiola
Mas meu mundo já foi revolto
 Se eu fico nada aqui me consola
Se tento sair a grade me esfola
Eu que já fui um pássaro solto



PÉTALA IV

SONHOS E DESEJOS
(INDRISO)

Levo o mundo em meus ombros
Trago os sonhos dos escombros
Para fermentar as nossas portas

Eu levo o universo no meu peito
Eu trago os desejos do meu leito
Para consolidar os nossos portos

Se eu não chegar a uma conclusão

Não partirei sem ter uma direção



PÉTALA V

OS DIAS SÃO SENTIDOS


Então quer dizer que você sempre me amou
Mas não conseguia dizer por timidez
Agora que somos maduros suficientemente
É preciso deixar de lado esse talvez

Então quer dizer que você muito me quis
Em teus sonhos e desejos de adolescente
Pena que você nunca me procurou
Para um sorvete em dias de sol quente

Mas nem tudo está perdido e eu estou só
Eu tive alguns casos passageiros e vazios
Nada que me aprisionasse ou deixasse marcas
Apenas algumas lembranças silenciosas

Se você quiser ainda temos tempo
Em um grande amor os dias não são contados
Em um grande amor os dias são sentidos
Na intensidade de cada abraço
Na voracidade de cada beijo
E no quanto a paixão de um pelo outro
Cresce em cada noite de encontro
Amadurece em cada noite de encanto



Para você que tirou um tempinho para ler meu blog,



Querendo ler a sequência de postagem da Pentalogia das minhas pétalas semanais, comece em: PÉTALAS SEMANAIS I

sexta-feira, 10 de julho de 2020

PASSE O INVERNO COM A FAMÍLIA WINTERSON EM DOIS CLIQUES


SORTEIO
PASSE O INVERNO COM A FAMÍLIA WINTERSON

Como ganhar um dos livros CONTOS DE UM NATAL SEM LUZ-VI em dois cliques.
Atenção: É um sorteio relâmpago. Só vale as respostas até postadas até 23h59 de domingo  (12/07/20200).  O Sorteio será terça-feira (14/07/2020), entre 17h30 e 18h30. 


1º CLIQUE
Vá até para o meu site no Recanto da Letras, na página de contos e veja o título do meu conto mais lido.  (Não precisa ler o conto, basta saber o título).
Dica:  É o primeiro da lista.

2º CLIQUE
Informe o nome do conto pelo inbox na minha página no facebook. Pode ser também pelo WhatsApp.  (33) 99904 2717.



OBS: Acima de 30 participantes, será sorteado mais um livro bônus.


Boa Sorte!!!!!

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Acrósticos A.V.E.B


Pessoas, estou compartilhando esse vídeo por fazer menção a mim como aprovado pela antologia da AVEC, assim como muitos outros colegas que versejam por esse Brasil afora.

PASSE O INVERNO COM A FAMÍLIA WINTERSON - SORTEIO


SORTEIO LITERÁRIO


Teremos nesse final de semana sorteio de dois livros da antologia 

CONTOS DE NATAL SEM LUZ – VI

Como lembrança da minha participação pela terceira vez consecutiva nessa antologia em que a organizadora Rô Mierling se junta a mais 19 escritores, pela Editora Illuminare, para contar histórias interessantes sobre os natais em Garden Rose.

Aguardarmos seu retorno entre sábado e domingo para saber os critérios. Nada difícil, quero apenas presentear aqueles que acompanham meus escritos.

Não deixe de participar!!!!!!!!

Prestigie autores nacionais.

VALORIZE A LITERATURA MUTUENSE

CONHEÇA MEU SITE 
NO RECANTO DAS LETRAS



sábado, 4 de julho de 2020

PASSADO, PANDEMIA E PORTO: PENTALOGIA DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS - VIII



Com a proposta de semanalmente compartilhar com aquelas e aqueles que gostam de versos e estrofes em um mundo que vive no universo dos cofres trago nessa semana pétalas diversificadas:

1ª) A LÁGRIMA LATENTE: Um rondel que verseja sobre meu fazer poemas, abordando o lado da tristeza.
2º) PORTO SEGURO: Esse poema é um Decanato poético, um estilo experimental criado por Norma Aparecida  Silveira Morais no Recanto das Letras. Sempre que me aventuro nos experimentais,  mergulho no decanato. Em gestação o VertiKlaus de decanatos poéticos verticais, e já na incubadora a obra Extremos Periféricos Mentalizados.
3º) ESCONDENDO DOS OLHOS: Esse poema faz parte do uma outra gestação em curso a partir de poemas compostos sob efeito da pandemia. A princípio batizado de Versos Infectantes. Mas isso pode mudar, assim como os Extremos Periféricos Mentalizados.
4º) RETROVISOR QUEBRADO: Nesse segundo rondel da pentalogia versejo sobre a relação do passado com o presente.
5º) NAS GARRAS DA SOLIDÃO: Um estilo que estou consolidando. Estou chamando de pseudoglosa. Segue a ordem das estrofes de uma glosa mas fujo de outras regras como sílabas poéticas e mote de um outro autor. Os montes são criados por mim então posso chamar de necessariamente de glosa.

Espero que você se entretenha com o universo das minhas criações.


A LÁGRIMA LATENTE

Eu sempre escrevo sobre a solidão
E sobre a lágrima latente da ferida
E dessa nossa caça diária pelo pão
Na selva de fauna tão corrompida

Conheço o lado bom de uma vida
Portanto é outra minha inspiração
Eu sempre escrevo sobre a solidão
E sobre a lágrima latente da ferida

Eu até escuto as vozes do coração
Falando-me da bela manhã florida
Mas minha poesia traz a desilusão
De quem já teve a confiança traída
Eu sempre escrevo sobre a solidão



PORTO SEGURO

Nosso amor efêmero como bolha
Vinho bom em garrafa sem rolha
E não deu nenhuma outra escolha

O amor assassinado pela falsidade
E sepultado nas valas da brevidade
E foi sem deixar nenhuma saudade

Portanto, outro amor agora procuro
Um amor que seja meu porto seguro
Um farol que ilumine o meu futuro

Eu preciso de um amor de verdade!



ESCONDENDO DOS OLHOS

O mundo é um caos, a fotografia disfarça
A maldade que boceja o hálito degradante
O mundo deu errado, a democracia é farsa
Escondendo dos olhos o fio de aço cortante

Não há mais a frase certa que se possa dizer
Quando o abraço amigo não é mais confiante
E nem o teu toque carinhoso dá mais prazer
E
M
P
A
L
I
D
E
C
I
M
E
N
T
O
S
De nossas bandeiras que nos diziam muito antes
Agora pandemia e anemia dos ritmos alucinantes



RETROVISOR QUEBRADO
                                                                                  
Não posso olhar para o passado
Sem ter aprumado meu presente
E a vida sempre dá o seu recado
Da carta que recebo é remetente

Só me resta ir sempre em frente
Com o meu retrovisor quebrado
Não posso olhar para o passado
Sem ter aprumado meu presente

Mas com o para-brisa embaçado
Só consigo enxergar o sol poente
Não olho para trás e para o lado
Eu só sigo o que o coração sente
Não posso olhar para o passado



NAS GARRAS DA SOLIDÃO

Nas garras da solidão eu sangro rancor
Você me machucou como ninguém mais

As manhãs sem você são mais violentas
Os raios de sol que atingem a pele ferem
O tempo voraz se perde em horas lentas
Não sei que sacrifício os deuses preferem
Mas não sou a oferenda que eles querem

Nas garras da solidão eu sangro rancor
Rasgando a alma com meus doridos ais
Em gravidades das tuas órbitas siderais
Você me ocultou teus espinhos sob a flor
Você me machucou como ninguém mais



LINK PARA A PRIMEIRA PENTALOGIA

PARA PROSSEGUIR NA SÉRIE

domingo, 28 de junho de 2020

ROSAS, TEMPESTADES E PALMEIRAS: PENTALOGIAS DAS MINHA PÉTALAS SEMANAIS - VII



SÉRIE
PENTALOGIA DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS


NOTA DO AUTOR
         Em um hiato no meu tempo corrido tenho a oportunidade de compartilhar nesse meu blog mais uma postagem da série Pentalogia das minhas pétalas semanais, postada aqui em DOMINGO, 17 DE NOVEMBRO DE 2019.
         Para esse meu retorno aproprio de rondéis postados originalmente no Recanto das Letras. Meus rondéis são seguem metrificação rígida, se valendo mais da musicalidade.

 - ///-

PRESO EM UM DESEJO

Eu assisto o fim de um mundo
Que desmorona rapidamente
Depois de buscar tão a fundo
Energia que o faria imponente

O homem louco inconsequente
Depara com seu rosto imundo
Eu assisto o fim de um mundo
Que desmorona rapidamente

Todo aquele orgulho profundo
Era apenas um medo fremente
De cair por terra, moribundo
Preso em um desejo indecente
Eu assisto o fim de um mundo




A FÉ
A espera da ave com o ramo no bico
Simbolizando que o pesadelo acabou
Por enquanto a lutar com o medo fico
Tentando preservar o homem que sou

Alguém ainda vai dizer que já passou
Tanto para o pobre quanto para o rico
À espera da ave com o ramo no bico
Simbolizando que o pesadelo acabou

Para o meu espelho todo dia explico
Que tantas vezes essa fé me salvou
Por isso não apedrejo e nem critico
O humilde que hoje de joelhos orou
À espera da ave com o ramo no bico





NAS TEMPESTADES

Frases desconexas que só eu canto
Nas tempestades quando eu deliro
Sei que para o mundo sou espanto
Sei que eu mesmo às vezes me firo

Viver essa vida é o que eu prefiro
Quando me banho no meu pranto
Frases desconexas que só eu canto
Nas tempestades quando eu deliro

Pelas noites eu nunca fui um santo
Amontoe as pedras que eu te atiro
Mas poemas amorosos, no entanto
É no meio do teu coração que miro
Frases desconexas que só eu canto





O BAILAR DAS PALMEIRAS

Eu via lindas ovelhas no firmamento
Ouvia música ao som das cachoeiras
Eu declamava meus poemas ao vento
E dançava com o bailar das palmeiras

Perdia-me em inocentes brincadeiras
No magistral reino do encantamento
Eu via lindas ovelhas no firmamento
Ouvia música ao som das cachoeiras

E por mais que alguém esteja atento
A rotina tem lá suas tantas maneiras
De nos mudar na busca do provento
Cravando em nossos olhos cegueiras
Eu via lindas ovelhas no firmamento






ROSAS DE TODAS AS CORES

Meu poema é como campo verdejante
Onde afloram rosas de todas as cores
Parecendo uma primavera abundante
Eterna estação dos loucos sonhadores

Além das rosas temos as outras flores
Misturando-se num aroma inebriante
Meu poema é como campo verdejante
Onde afloram rosas de todas as cores

Brisa tão leve em uma tarde dançante
Poesia bailando entre diversos odores
Estou buscando a rima mais vicejante
Nos solos regados pelos meus amores
Meu poema é como campo verdejante




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