DA SÉRIE EXPOEMAS
SERVE DE FESTA
quem diria que a vida era assim
um lampejo de desejo no meio da escuridão
eu me acendo, eu me apago
eu me ascendo, eu me estrago
a cada tragédia, a cada tramoia
quem diria que eu dirigiria um automóvel
que eu mobilizaria uma família
que eu mobiliaria uma casa
que eu teria asas para voar sobre o caos
quem diria que eu digeriria um hamburguer
quem eu torceria para o bayern de munique
quem eu seria feliz sendo filho único
quem eu me fecharia para balanço
nenhum banco investiu em mim
nenhum profeta previu meu fim
nenhum poeta me definiu em suas métricas
eu não sou silabável, sou assimétrico mesmo
e assim eu digiro a vida com catchup
e assim eu pago meus pecados com cartão de crédito
e assim eu não arredo o pé nem que a vaca tenha vaca louca
e assim o pouco que me resta me serve de festa
quando o mundo ficar fétido demais
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