sábado, 19 de março de 2022

VENTRE, AMANHECER & DESILUSÕES: PENTALOGIAS DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS - XVIX

 
fonte da imagem: blog.malupires.com.br

VENTRE, AMANHECER 
& DESILUSÕES

 SÉRIE: PENTALOGIAS DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS


Uma inflexão, dois curtos, um poetrix e um rondel. Na verdade é muito mais que isto. É o poeta forjado no ventre da desilusão em via de desespero. É o amanhecer que nada traz de novo e uma rotina de saudades e desilusões.
 
Desejo boa leitura da XVIX pentalogia da minhas pétalas semanais.
 

ACORDADO
 
Olhei pela janela
Durante uma manhã cinza
Nenhum raiar no horizonte
Do que eu esperava
Ser uma esperança sólida
Apenas o rugir do futuro
A cidade decadente
E o ontem virando entulho
Quis cair novamente
Em um sono profundo
Mas segui acordado
Pois sou homem forjado
No ventre da desilusão.
 

DESCONHECÊNCIAS
 
Tem muito de mim
Que eu não conheço
As avenidas sem fim
E casas sem endereço.
 
Certas flores no jardim
Que não me têm apreço
Rosa, cravo ou jasmim
Por elas não agradeço.
 
Só respingo de nanquim
Desapareço!
 
 


POEMAS MATINAIS
 
Os fios de uma Cemig
Trazem-me eletricidade
E sobre eles os pássaros
E alguma naturalidade.
 
Seres tranquilos
Cantos magistrais
Diversos estilos
Poemas matinais.
 
Eu abro minha cortina
Já engaiolado na rotina.
 


CONSTATÂNCIA
 
Nem vento lá fora
Nem vício contido
A vida se esvaindo.
 
 

UMA SAUDADE
 
Convivo com uma saudade
Que fica alojada no coração
Enquanto vago pela cidade
Na batalha diária pelo pão.
 
Relembro toda a felicidade
Que agora parece ser ilusão
Convivo com uma saudade
Que fica alojada no coração.
 
Já não tenho mais sanidade
Arrancaram-me toda razão
E este desalento me invade
Devasta-me feito um tufão
Convivo com uma saudade.

 


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