VENTRE, AMANHECER
& DESILUSÕES
SÉRIE: PENTALOGIAS DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS
Uma inflexão, dois curtos, um poetrix e um rondel. Na
verdade é muito mais que isto. É o poeta forjado no ventre da desilusão em via
de desespero. É o amanhecer que nada traz de novo e uma rotina de saudades e
desilusões.
Desejo boa leitura da XVIX pentalogia da minhas pétalas semanais.
ACORDADO
Olhei pela janela
Durante uma manhã cinza
Nenhum raiar no horizonte
Do que eu esperava
Ser uma esperança sólida
Apenas o rugir do futuro
A cidade decadente
E o ontem virando entulho
Quis cair novamente
Em um sono profundo
Mas segui acordado
Pois sou homem forjado
No ventre da desilusão.
DESCONHECÊNCIAS
Tem muito de mim
Que eu não conheço
As avenidas sem fim
E casas sem endereço.
Certas flores no jardim
Que não me têm apreço
Rosa, cravo ou jasmim
Por elas não agradeço.
Só respingo de nanquim
Desapareço!
POEMAS MATINAIS
Os fios de uma Cemig
Trazem-me eletricidade
E sobre eles os pássaros
E alguma naturalidade.
Seres tranquilos
Cantos magistrais
Diversos estilos
Poemas matinais.
Eu abro minha cortina
Já engaiolado na rotina.
CONSTATÂNCIA
Nem vento lá fora
Nem vício contido
A vida se esvaindo.
UMA SAUDADE
Convivo com uma
saudade
Que fica alojada no
coração
Enquanto vago pela
cidade
Na batalha diária
pelo pão.
Relembro toda a
felicidade
Que agora parece ser
ilusão
Convivo com uma
saudade
Que fica alojada no
coração.
Já não tenho mais
sanidade
Arrancaram-me toda
razão
E este desalento me
invade
Devasta-me feito um
tufão
Convivo com uma
saudade.
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