Estou barbudo. Essa é a conclusão que chego sempre quando
pela manhã ou pela tarde eu me olho no espelho.
Lembro-me de uma antiga música do Titãs. O título é Não Vou
Me Adaptar. A verdade é que eu estou adaptado à barba grande.
Isso vem dos tempos de militância juvenil à esquerda. Bem à
esquerda. Queria eu ser um Fidel, ser um Lula. E então deixava a barbicha
crescer.
O tempo passou e até o PT foi se desbarbeando. Eu fui me
encarecando e tendo o sacrifício triário de fazer, ou desfazer a barbar. Passei
até a gostar do cheiro de menta do creme. A gilete gillete é melhor que outras
marcas e prestobarba tem que prestar.
Mas sempre faço um pouco de lamúria antes da raspagem. Não vou
dizer que a primeira faz tchan. Eu não gostava desse comercial na TV.
Mas o tempo continua passando e os homens estão começando a
ficar barbudos de novo. Primeiro foi um tatuador lá de Colatina. Depois reparei
que certos jogadores do meu segundo time, o Grêmio, e hoje um cara no Seminário
de História e Cultura.
Fazer, ou desfazer, a barba pode ser desestressante para
uns, apenas uma rotina para outros, mas para mim, ficar pela manhã, meio dia ou
pela tarde, e mesmo na madrugada, diante do espelho, nesse momento T.F.B
(Tentando Ficar Bonito) é um puta sacrifício que faço. Acho que adotarei a
partir de hoje a onda dos neobarbudos.
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