domingo, 18 de setembro de 2016

ENCERRAMENTO

Atravessando a rua
Não sei qual a sua
Não sei qual a minha

Parece muito óbvio
Parece certidão de óbito
Parece que tá na hora de ovular

Atravessando uma crise
Ninguém disse nada
A cidade está calada
Na calada da noite

Parece uma dessas preces
Parece que ninguém presta pra nada
Nada se compara com o nada
Ninguém se compadece de ninguém

Ela presta serviços
Ele empresta dinheiro
Ela repensa sua vida
Ele se reprisa sempre

No fim a música acaba
No fim a poesia termina
No fim a gente se abraça
No fim a gente se extermina

Então, para quer ter fim?
Então, quem está afim?
Vamos por logo o último ponto
Vamos por fogo em tudo

Assim termina de vez
Assim quando já estive maduro
Assim que eu assinar
Assim que você me assassinar

Assim fica então
A faca fincada no coração
Não faça cerimônia
Encerra logo....


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