quinta-feira, 13 de julho de 2023

DIA MUNDIAL DO ROCK: ENTREVISTA COM DAVI AMBRÓSIO

 

Davi Ambrósio é músico residente em Iúna, membro da Banda Herege em 2016 quando aconteceu a Turnê União Underground, ponto de partida para minhas pesquisas sobre a cena musical no entorno do Caparaó intitulada Caparaó Underground.

Neste 13 de julho, Dia Mundial do Rock, compartilho a entrevista que Davi Ambrósio me concedeu para o Projeto.

 




Qual era a composição da banda Herege?

Na época da Tournê, a formação do Herege era:

Juliano Freitas: Bateria

Lucas Barbosa: Guitarra

Davi Ambrósio: Baixo e Voz

Everton Oliveira: Guitarra

 

O primeiro show da TUU (Turnê União Underground) foi no Moto Rock em Guaçuí. Essa ocasião foi a única vez que tocamos com 2 guitarristas. Foi o show de estreia do Lucas Barbosa e o de despedida do Everton Oliveira.

 

Havia outras bandas de Iúna?

Não. Da cena underground autoral, só o Herege.

 

Você lembra nomes de outras bandas e suas respectivas localidades que participaram da TUU?

As bandas que fizeram parte da TUU foram:

*Underdog: (Stoner/Doom) Itaperuna (RJ)

*Em Chamas: (Heavy/Thrash) Guaçuí (ES)

*Dogma: (Nu Metal) Jerônimo Monteiro/Cachoeiro de Itapemirim (ES)

*White Death: (Heavy Metal) Bom Jesus do Itabapoana (RJ)

*Reset Direction: (Hardcore) Venda Nova do Imigrante (ES)

Herege: (DeathGrind) Iúna (ES)

 

    Qual foi a importância do evento e da interação com outras bandas para o fortalecimento do trabalho para a sua banda?

A turnê trouxe uma visibilidade muito grande para a gente, um público fiel que sempre ia aos shows e esperava por nossas apresentações. Tinha uma galera que estava em todos. Além de fortalecer laços que estão firmes até os dias de hoje, tanto com integrantes de bandas quanto com público. Outro benefício enorme foi a frequência de shows que a turnê trouxe, aqueceu a cena regional e dobrou ou até triplicou a quantidade de shows daquele ano.

Em cada show fazíamos contatos pra outros shows, e creio que com todas as bandas foi assim.

A frequência de shows também ajudava muito na experiência de palco, os shows foram ficando muito bem executados e cada vez mais intensos.

 

    Quais dificuldades enfrentaram para a realização da turnê?

Pelo menos em Iúna, os problemas são sempre os mesmos. Local é o principal deles, não há bares ou casa de show que abra espaço para realizar esses eventos. Temos que locar um espaço, que muitas vezes não tem muita estrutura.

Inclusive, o show da Tour União Underground ocorrido em Iúna, seria realizado na zona rural, na casa do Juliano. Mas na semana do evento choveu muito e acabou ficando inviável. A alternativa que tivemos, foi montar um palco no pátio da fábrica onde eu trabalhava. Um lugar um tanto inusitado, mas com certeza foi um dos melhores eventos que já organizamos aqui.

Um outro problema é o custo. Alugar um som de qualidade, pagar seguranças e bancar a estrutura do evento mesmo. As vezes conseguimos patrocínios de comércios parceiros locais, as vezes a prefeitura ajuda com algo, mas nunca é certo. A incerteza dos recursos é um dos motivos pelos eventos serem tão escassos aqui em Iúna.


A Turnê União Underground aconteceu só em 2016 ou houve antes e/ou depois?

Os eventos que foram nomeados TUU, foram só no ano de 2016. Mas as bandas já eram amigas antes disso.

O Em chamas, White Death, Dogma e Reset Direction já haviam tocado no Rock In Iúna 2, no ano de 2014. Somente o Underdog que fomos conhecer apenas na Tour. Mas eles já eram conhecidos pelo Guilherme Mandrake (Em Chamas), que fez o convite para essa tour e daí nasceu uma grande amizade nossa com eles também.


Como foi o projeto de gravação do CD Terra Morta? Como surgiu a ideia? As músicas foram compostas por quem?

O Terra Morta basicamente são músicas antigas do Herege, da sua primeira formação, quando ainda era um Duo. Músicas como Polícia Corrupta, Inferno Nuclear, Mentes da Alienação, Em Nome do Progresso e Ilusão, foram compostas pelo Juliano e pelo Renan, antigo guitarrista e Vocal. Essas músicas já saíram anteriormente na demo ensaio do Herege intitulada "Inocentes".

Quando Renan saiu da banda, chamamos o Everton e começamos a compor mais algumas músicas para entrar em estúdio. Todos os integrantes davam ideias, faziam as letras e etc.

No disco há participação do Bruno Brown nos vocais de uma música, e também do Lucas Barbosa no solo dessa mesma música (Cegueira), ele que ficou responsável pela mixagem e masterização do disco e depois viria a assumir a guitarra da banda.

O disco foi gravado em cerca de 6 horas, no estúdio do Leandro, em Iúna. Fizemos o instrumental todos juntos, depois Everton colocou solo e eu os vocais. Entrar em estúdio é sempre uma alegria, é um dos momentos chave pra consolidar o som da banda.

A arte de capa é uma colagem feita por Cleuber Toskko, da banda Rastros de Ódio, de Belo Horizonte (Rastros de Ódio que inclusive fez parte do Cast de bandas do evento de Iúna que fez parte da TUU).

A logo da banda foi desenhada pelo Argilano Rodrigues (amigo da banda e grande artista plástico de Iúna, além de baterista da banda que é a principal influência do Herege, o Kaos Social). Foi ele também que sugeriu o nome Herege.

 

    Hoje qual é o seu envolvimento com a música?

Mesmo com o Herege em hiato pois o Juliano (Baterista) reside atualmente em Portugal, eu sigo tocando com várias bandas.

Quando a banda fez o último show em 2018, no cast de bandas também estava o Absorto. Alex, a mente por trás dessa banda, depois de ver o show do Herege me fez o convite para entrar para a banda.

Nós nunca chegamos a fazer shows, mas fizemos e gravamos dezenas de músicas nesse projeto, que tinha uma proposta mais alternativa/psicodélica.

Nesse meio tempo também fiz um projeto de Goregrind chamado Sadistic Pathology. Projeto que faço sozinho em casa, gravo guitarra, baixo, programo as baterias em midi, e gravo os vocais. Já saíram vários materiais desse projeto, inclusive, atualmente (Janeiro de 2023) está pra sair o segundo Full álbum estipulado "Omen of Rot", em breve em todas as plataformas e se possível, em mídia física também).

Também toquei guitarra num projeto de um amigo de Petrolina-  PE (Glésio Torres), chamado Sebum Excess Production.

Atualmente também toco baixo nas bandas Cringe (Grunge) e Muddy River (Heavy Metal/Hard Rock).

Além disso, estou agora com o RUGGARÜ, uma banda de DeathGrind que apesar de ser no mesmo estilo do Herege, o som é completamente diferente. Nessa banda eu toco guitarra, Ryan Gouvea na bateria, Eric Oliveira no Baixo e Everton Oliveira (Guitarrista do Herege) nos vocais. Em breve entraremos em estúdio para gravar o primeiro Full álbum.


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