Davi Ambrósio é
músico residente em Iúna, membro da Banda Herege em 2016 quando aconteceu a
Turnê União Underground, ponto de partida para minhas pesquisas sobre a cena
musical no entorno do Caparaó intitulada Caparaó Underground.
Neste 13 de julho,
Dia Mundial do Rock, compartilho a entrevista que Davi Ambrósio me concedeu
para o Projeto.
Qual era a
composição da banda Herege?
Na época da Tournê, a formação do Herege
era:
Juliano Freitas: Bateria
Lucas Barbosa: Guitarra
Davi Ambrósio: Baixo e Voz
Everton Oliveira: Guitarra
O primeiro show da TUU (Turnê União
Underground) foi no Moto Rock em Guaçuí. Essa ocasião foi a única vez que
tocamos com 2 guitarristas. Foi o show de estreia do Lucas Barbosa e o de
despedida do Everton Oliveira.
Havia outras bandas
de Iúna?
Não. Da cena underground autoral, só o Herege.
Você lembra nomes
de outras bandas e suas respectivas localidades que participaram da TUU?
As bandas que fizeram parte da TUU foram:
*Underdog: (Stoner/Doom) Itaperuna (RJ)
*Em Chamas: (Heavy/Thrash) Guaçuí (ES)
*Dogma: (Nu Metal) Jerônimo Monteiro/Cachoeiro
de Itapemirim (ES)
*White Death: (Heavy Metal) Bom Jesus do
Itabapoana (RJ)
*Reset Direction: (Hardcore) Venda Nova do
Imigrante (ES)
Herege: (DeathGrind) Iúna (ES)
Qual foi a importância do evento e da interação
com outras bandas para o fortalecimento do trabalho para a sua banda?
A turnê trouxe uma visibilidade muito grande
para a gente, um público fiel que sempre ia aos shows e esperava por nossas
apresentações. Tinha uma galera que estava em todos. Além de fortalecer laços
que estão firmes até os dias de hoje, tanto com integrantes de bandas quanto
com público. Outro benefício enorme foi a frequência de shows que a turnê
trouxe, aqueceu a cena regional e dobrou ou até triplicou a quantidade de shows
daquele ano.
Em cada show fazíamos contatos pra outros
shows, e creio que com todas as bandas foi assim.
A frequência de shows também ajudava muito
na experiência de palco, os shows foram ficando muito bem executados e cada vez
mais intensos.
Quais dificuldades enfrentaram para a realização
da turnê?
Pelo menos em Iúna, os problemas são sempre
os mesmos. Local é o principal deles, não há bares ou casa de show que abra
espaço para realizar esses eventos. Temos que locar um espaço, que muitas vezes
não tem muita estrutura.
Inclusive, o show da Tour União Underground
ocorrido em Iúna, seria realizado na zona rural, na casa do Juliano. Mas na
semana do evento choveu muito e acabou ficando inviável. A alternativa que
tivemos, foi montar um palco no pátio da fábrica onde eu trabalhava. Um lugar
um tanto inusitado, mas com certeza foi um dos melhores eventos que já
organizamos aqui.
Um outro problema é o custo. Alugar um som
de qualidade, pagar seguranças e bancar a estrutura do evento mesmo. As vezes
conseguimos patrocínios de comércios parceiros locais, as vezes a prefeitura
ajuda com algo, mas nunca é certo. A incerteza dos recursos é um dos motivos
pelos eventos serem tão escassos aqui em Iúna.
A Turnê União Underground aconteceu só em 2016
ou houve antes e/ou depois?
Os eventos que foram nomeados TUU, foram só
no ano de 2016. Mas as bandas já eram amigas antes disso.
O Em
chamas, White Death, Dogma e Reset Direction já haviam tocado no Rock In Iúna
2, no ano de 2014. Somente o Underdog que fomos conhecer apenas na Tour. Mas
eles já eram conhecidos pelo Guilherme Mandrake (Em Chamas), que fez o convite
para essa tour e daí nasceu uma grande amizade nossa com eles também.
Como foi o projeto de gravação do CD Terra
Morta? Como surgiu a ideia? As músicas foram compostas por quem?
O Terra Morta basicamente são músicas
antigas do Herege, da sua primeira formação, quando ainda era um Duo. Músicas
como Polícia Corrupta, Inferno Nuclear, Mentes da Alienação, Em Nome do
Progresso e Ilusão, foram compostas pelo Juliano e pelo Renan, antigo
guitarrista e Vocal. Essas músicas já saíram anteriormente na demo ensaio do
Herege intitulada "Inocentes".
Quando Renan saiu da banda, chamamos o
Everton e começamos a compor mais algumas músicas para entrar em estúdio. Todos
os integrantes davam ideias, faziam as letras e etc.
No disco há participação do Bruno Brown nos
vocais de uma música, e também do Lucas Barbosa no solo dessa mesma música
(Cegueira), ele que ficou responsável pela mixagem e masterização do disco e
depois viria a assumir a guitarra da banda.
O disco foi gravado em cerca de 6 horas, no
estúdio do Leandro, em Iúna. Fizemos o instrumental todos juntos, depois
Everton colocou solo e eu os vocais. Entrar em estúdio é sempre uma alegria, é
um dos momentos chave pra consolidar o som da banda.
A arte de capa é uma colagem feita por
Cleuber Toskko, da banda Rastros de Ódio, de Belo Horizonte (Rastros de Ódio
que inclusive fez parte do Cast de bandas do evento de Iúna que fez parte da
TUU).
A logo da banda foi desenhada pelo Argilano
Rodrigues (amigo da banda e grande artista plástico de Iúna, além de baterista
da banda que é a principal influência do Herege, o Kaos Social). Foi ele também
que sugeriu o nome Herege.
Hoje qual é o seu envolvimento com a música?
Mesmo com o Herege
em hiato pois o Juliano (Baterista) reside atualmente em Portugal, eu sigo
tocando com várias bandas.
Quando a banda fez
o último show em 2018, no cast de bandas também estava o Absorto. Alex, a mente
por trás dessa banda, depois de ver o show do Herege me fez o convite para
entrar para a banda.
Nós nunca chegamos
a fazer shows, mas fizemos e gravamos dezenas de músicas nesse projeto, que
tinha uma proposta mais alternativa/psicodélica.
Nesse meio tempo
também fiz um projeto de Goregrind chamado Sadistic Pathology. Projeto que faço
sozinho em casa, gravo guitarra, baixo, programo as baterias em midi, e gravo
os vocais. Já saíram vários materiais desse projeto, inclusive, atualmente
(Janeiro de 2023) está pra sair o segundo Full álbum estipulado "Omen of
Rot", em breve em todas as plataformas e se possível, em mídia física
também).
Também toquei
guitarra num projeto de um amigo de Petrolina- PE (Glésio Torres), chamado
Sebum Excess Production.
Atualmente também
toco baixo nas bandas Cringe (Grunge) e Muddy River (Heavy Metal/Hard Rock).
Além disso, estou
agora com o RUGGARÜ, uma banda de DeathGrind que apesar de ser no mesmo estilo
do Herege, o som é completamente diferente. Nessa banda eu toco guitarra, Ryan
Gouvea na bateria, Eric Oliveira no Baixo e Everton Oliveira (Guitarrista do
Herege) nos vocais. Em breve entraremos em estúdio para gravar o primeiro Full
álbum.
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