terça-feira, 7 de novembro de 2017

MEU DOMÍNIO



Não me adiantou amar as rosas
Plantadas em jardins alheios
A morte veio sem pedir licença
E sulcou um peito infértil
Para as ilusões do mundo

Precisei gritar em diversas noites
Por um nome desconhecido
Vi minha voz voar como morcegos
Entre as velhas casas da cidade
Em seus segredos extenuantes

Não exerci nenhum fascínio
Nunca ouvi um aplauso
Meu domínio não passou do meu corpo
E dos abraços que eu dei
Em miragens insinuantes

Morri como se morre naturalmente
Como uma lâmpada que se apaga
Na madrugada já tão escura
Na verdade eu é que desisti
De ver o sol raiar sem nenhuma razão


DA SÉRIE: GOTIKLAUS II

Nenhum comentário:

Postar um comentário