domingo, 13 de novembro de 2016

SOBRAS DE MIM


SOBRAS DE MIM

Sacio minha alma desamada
Nessa terra devastada atada ao caos

Sento diante do espelho opaco
Tento juntar meus cacos pelo chão

Sinto o fim de uma era de incertezas
As belezas ocultas nem se revelam, nem se rebelam

Solto-me ao vento feito cabelos longos de donzelas
Enfrentei duelos em vão pela razão ou pela loucura

Subo no alto da colina da minha quase existência
Não está lá a essência do meu ser

Sai de casa para ver que o mundo não é minha casa
Voltei para casa para ver que minha casa não é mais meu mundo

Serrei ao meio o galho que me servia de travessia
Agora fico de um lado querendo estar do outro

Simplifiquei a vida ao máximo que pude
Faltou-me poder para retirar as poeiras do passado

Sombras do que fui dançam pelas paredes do meu quarto
Sobras do que fui mal acobertam os meus ossos

Suor e lágrimas se fundem em meu peito
Sou o rejeito que salga o Doce

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