domingo, 26 de maio de 2019

RONDEL: TESOURO, TEU SORRISO, CORPO E ALMA





TESOURO

O amor é um precioso tesouro
Que se reparte com alguém
É muito mais valioso que ouro
Deve cuidar dele quem o tem
 
Em noites frias o amor vem
Aquecer-me como fervedouro
O amor é um precioso tesouro
Que se reparte com alguém
 
O amor rompe qualquer couro
Ronda pelas veias feito trem
Como se vê em um miradouro
Enxerga a beleza muito além
O amor é um precioso tesouro





TEU SORRISO

O que me encanta em você
É esse sorriso inebriante
Eu não consigo esquecer
O seu batom tão brilhante
 
Eu quero ser seu amante
Fazer parte do seu viver
O que me encanta em você
É esse sorriso inebriante
 
Todo dia eu quero te ter
Portanto não é o bastante
Intenso é o meu querer
É o teu sorriso constante
O que me encanta em você


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CORPO & ALMA

A alma precisa de carinho
O corpo carece de comida
A alma fica no seu ninho
O corpo busca uma saída
 
O corpo vai pela avenida
A alma quieta no cantinho
A alma precisa de carinho
O corpo carece de comida
 
A alma entende o caminho
O corpo implora pela vida
Eu estou sempre sozinho
Com minha razão dividida
A alma precisa de carinho


sábado, 9 de fevereiro de 2019

BATALHAS, POEIRA E MÚSICA: PENTALOGIA DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS - II




A BATALHA
(rondel)

Eu vou sair do meu castelo para batalhar
Em campos cheios de profundas traições
Só preciso vestir a armadura que calhar
Na hora da dureza das minhas decisões

Sei que ferirei amigos com decepções
Mas devo seguir o roteiro e não falhar
Eu vou sair do meu castelo para batalhar
Em campos cheios de profundas traições

Em alguns momentos eu devo atalhar
A estrada difícil com suas bifurcações
Sendo você espectador só para malhar
Eu vou te enterrar na vala das ilusões
Eu vou sair do meu castelo para batalhar

*****

A BOCA TORTA

 (rondel)

A boca torta de tantos beijos
Já não declama mais a poesia
A mão aberta tocando desejos
Já não cura mais a tua agonia

Já não se difere a noite do dia
Ou então cidade dos vilarejos
A boca torta de tantos beijos
Já não declama mais a poesia

Não tiram do leite os queijos
Da revolta nenhuma rebeldia
Da felicidade alguns lampejos
E o verso que não mais extasia
A boca torta de tantos beijos

*****

O SABOR DA TARDE

Jamais caminhe na escuridão,
O passo fica perdido no acaso
Monstros espreitam em cada esquina
Jamais caminhe na escuridão.

Entre o acerto e o erro escolha a dúvida
Duvide dos teus pés sobre a areia quente
Duvide da areia sob teus pés perdidos
Entre o acerto e o erro escolha a dúvida

Deixe que o vento te cante uma música
Ela te encantará nas horas sem sentido
Ela te encostará contra fantasias pétreas
Deixe que o vento te cante uma música

O sabor da tarde saciará tua boca sedenta
Você ainda se lembra dos nossos beijos
Você ainda se prende nos teus desejos
O sabor da tarde saciará tua boca sedenta

E a lembrança do que fomos será só poesia
Sussurrando sobre a planície amarela e fria
Apagando o enredo da possante narrativa
E a lembrança do que fomos será só poesia


*****

haicai

apenas chovendo
nessa terra ressequida
eu sigo deserto

*****

MENTE MANIPULADA
 (corrente de ecosys)

Quando o ser some na poeira
Poeira sobre tortas estradas
Estradas que levam a destinos
Destinos tristes sem direção

Direção do corpo que segue
Segue cego qualquer instinto
Instinto selvagem indomável
Indomável nos campos do amor

Amor feito sem ter afeição
Afeição que une corações
Corações se atraem loucos
Loucos na noite apenas

Apenas querem ser felizes
Felizes entre fragmentos
Fragmentos de um passado
Passado limpado na mente

Mente que foi manipulada
Manipulada pela mentira
Mentira é verdade agora
Agora não se sabe quando


LEIA A PRIMEIRA POSTAGEM DA SÉRIE: 
NO REJEITO DA ALMA PÚTRIDA

OU SIGA PARA A PRÓXIMA POSTAGEM
PÉTALAS SEMANAIS III

sábado, 2 de fevereiro de 2019

NO REJEITO DA ALMA PÚTRIDA: PENTALOGIA DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS I





TUA ARTE ABSTRATA


Mesmo de mim
Em minutos repartidos

Mania de mendigar
O ouro reluzindo no último verso

O trem de uma nova ideia apita entre montanhas
Seria simples apenas simples
Mas eu morro

A insignificância de uma vida ou de uma pedra
Luz em excesso cega

Você coloriu os meus olhos com tua arte abstrata
E finge que a noite é tempo

Não quero ficar respingado com o líquido marrom
das tuas Cólicas
Meu endereço se localiza no albor da tua inocência

De repente, as montanhas não estão mais lá
Ainda assim
Sou tragado pela sombra da manhã


******

MANDÍBULA


Vasculho de florestas e labirintos
Cogito
Desertos entre jardins

Areia esparramada pela memória
Ampulheta faminta
Quando a diurna mandíbula
Abocanha a tarde
Em sanhas silenciosas

Meu grito
Bestial
Acuando a solidão

Estrelas apontando seus dedos
Feridas sangrando íons
Tensão energia luz matéria negra
Afogamento
A morte líquida beijando as margens

Circundantes muros
Depósito de murros
De tudo que regurgito

*****



AUSÊNCIAS ETERNAS


A fantasia que me movia pela noite
Em busca das migalhas do teu afeto
Foi evaporando a cada inseto em volta
De uma lâmpada incandescente e nula

Minguado fui me incorporando às flores
De um paupérrimo lençol árido e surrado
Tive sede e a umidade dos teus lábios
Não se encontrava mais ao meu dispor

Gélido como a extensão polar da solidão
Tentei expandir-me para além do círculo
Mas percebi que era mais que um século
A distância pela qual eu teria que rastejar

Não era somente te enviar uma mensagem
Desculpar-me ou implorar para a tua memória
Colher os frutos daquilo que semeei em tua pele
Em cada saliência pelas minhas mãos férteis

Passou a ser algo mais do que me reconstituir
E encontrar o desejo que me assombra no vazio
Ainda assim há os minúsculos cacos que se foram
Para serem ausências eternas do ápice sem retorno

*****

TRAGEDISTAS EM AÇÃO

De novo a mesma história
Ganância, desamor e morte
Mariana era mero ensaio

*****

OS RASTROS

Quanto vale a vida?
O que é vida para a Vale?

E o minerador
Faz de Minas
Um vale de dor

Cadê a barragem para represar
A ganância irresponsável e sua pompa
E não deixar que rompa
A nossa ternura

Quantas vidas a Vale invalida?
Quantas vilas soterradas no vale?
Ninguém sabe quantas lágrimas
Os rastros de um rejeito
Deixam em cada leito

DA SÉRIE: PENTALOGIA DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS
(27.01 a 02.02/2019)

LINK PARA SEGUIR LENDO A SÉRIE:

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

CONTOS DE UM NATAL SEM LUZ V

CONTOS DE UMA NOITE DE NATAL: Gostaria de compartilhar com você meu conto (Página 60) nessa antologia sensacional, bem como o trabalho dos meus companheiros de escrita pela Editora Illuminare.


https://docs.wixstatic.com/ugd/36e577_9f3c8c1790dd48c8bf82de233a7ac1be.pdf

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

LIGAÇÃO À PEQUENA DISTÂNCIA PARA COBRAR


LIGAÇÃO À PEQUENA DISTÂNCIA PARA COBRAR



            —Alô, Martielly.
            —Não, você não é real. Você morreu há dez meses, você está morto. Eu preciso me consultar com um psicólogo.
            —Eu sei que eu morri. Não precisa me lembrar disso. Eu lembro bem da sua máscara de tristeza enquanto você gargalhava por dentro. Você foi a última imagem de alguém vivo que vi antes da primeira pá de terra sobre meu rosto abaixo do vidro da tampa do caixão. Mas você não foi tão viva assim depois que morri. Matou-me trocando meus remédios por outros comprimidos feitos da farinha de trigo, conseguidos pelo seu amante com um médico fajuto. Você pensa que eu não fiquei sabendo? Depois que a gente morre, descobre-se o quanto de maldade se faz contra a gente.
            — Não foi bem assim. Eu te amei por algum tempo.
            — Você não sabe o que é amor. Eu também nunca te amei, apenas precisava de uma mulher bonita só para ficar bem nas fotos durantes os jantares enfadonhos da minha agenda. Se você soubesse amar de fato, amarrar o coração de um homem com sua sedução, o bobão do seu amante não teria te dado o golpe. De que adiantou você me matar? Agora está aí prestes a perder a última coisa que ainda te resta, a nossa casa de campo. Amanhã ela será leiloada pelo que estou sabendo.
            — Para quem já foi para o céu, você está sabendo demais.
            — Quem te disse que eu fui para o céu? Não querida, eu não fui para o céu.
            — Pro inferno, então?
            — Não, chuchuquinha. Eu não fui bom o suficiente para merecer o céu e nem mau o bastante para ser despejado no inferno. Eu estou vindo do purgatório.
            —Vindo? Como assim? Vindo para onde? E eu odeio quando você me chama de chuchuquinha. Deixe-me em paz, por favor.
            — Calma meu benzinho. Estou em liberdade condicional.
            — Você sai ao dia e volta à noite?
            — Não, saio à noite e volto ao dia.
            — Sai para quê?
            — Depois de algum tempo no purgatório, você recebe uma proposta. Ou você perdoa todos que te traíram e vai para o céu, ou você volta para se vingar. Advinha o que eu escolhi.
            — Já sei, você está se despedindo de mim antes de ir para o céu.
            — Resposta errada.
            — Vou está vindo vingar-se de mim?
            — Já estou aí.
            — Onde.
            — No lugar em que você escondeu seu amante naquele dia em que eu tentei te pegar no flagra.
            — Dentro do guarda roupa?
            — Isso mesmo, a dois passos do seu pescoço. Agora apenas um.
            — Ah não, por favor.


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

CONTOS DE UM NATAL SEM LUZ - VOL. 5

Uma vila, 20 casas, vinte histórias que mostram que nem todos podem ter a alegria de um verdadeiro Natal.
Vinte autores selecionados criando contos dramáticos que vão te fazer refletir sobre como pode ser a tão sonhada noite de Natal.
Publicação EDITORA ILLUMINARE - 100% Gratuita.
Ebook gratuito no site da editora após lançamento da obra em 8 de dez de 2018 - 14:00 - Biblioteca Viriato Correa - São Paulo - SP.



Casa 1 – Lorena Caribé – Conto: Uma Vida Nova
Casa 2 – Eloisa Alcântara – Conto: A Ceia
Casa 3 – Carlos Asa – Conto: Um Presente Amargo
Casa 4 – Tatiana Honorato – Conto: Façam Silêncio
Casa 5 - Mhorgana Alessandra – Conto: Voa, Voa, Joaninha
Casa 6 – Márcia Pavanello – Conto: Natal dos 15 Anos
Casa 7 – Adnelson Campos – Conto: Mais uma Chance
Casa 8 – Marissol Lorenço – Conto: O Natal do Palhaço Exilado
Casa 9 – Nicole Ayres – Conto: O Duende
Casa 10 - Bárbara Lúcia – Conto: A Espera
Casa 11 – Ro Mierling – Conto: Menininha
Casa 12 - Regiane Silva – Conto: Os Presentes de Natal
Casa 13 – Deborah Petrova – Conto: Eu não Tive Culpa
Casa 14 – Fernando Callado – Conto: A Última Casa da Vila
Casa 15 - Srta. Mendes – Conto: Santa Claus
Casa 16 – Sergio Mattos – Conto: O Corpo que Fala
Casa 17 – Michelle Fagundes – Conto: Girassóis
Casa 18 – Claudio Mendes – Conto: Na ausência de Esperanza
Casa 19 – Susan Cruz – Conto: O Pinheirinho
Casa 20 – Rudson Xaulin – Conto: Banquete de Sangue