CAPÍTULO IX
OBSERVAÇÃO
Um mês e meio. Bastava Geovane e Tony entrarem no quarto que
a mente de Marli já começava a imaginar coisas.
A curiosidade a levou outras vezes a olhar pela fechadura.
Viu Geovane colocar várias vezes o pênis de Tony na boca e chupá-lo como se
fosse sorvete. Marli ficava excitada e atônita ao mesmo tempo. Num destes dias
que viu, desejou ardentemente está no lugar de Geovane. Em casa masturbou-se.
-Preciso apegar-me mais a religião. Pensava consigo.
Foi fazer faxina nos quartos dos rapazes. No quarto de
Geovane encontrou revistas de conteúdo homossexual entre seus livros. Por
curiosidade, folheou-as.
Depois passou para o quarto de Guido. Ela estava distraída
limpando o chão com um pano semiúmido enrolado no rodinho e se lembrando das
cenas nas revistas que folheara no quarto anterior. Nem percebeu a aproximação
do rapaz. Sentiu apenas uma mão que roçou suas coxas rapidamente e forçava sua
calcinha contra a vulva. Assustou-se e no que assustou, aprumou o corpo, e no
que aprumou o corpo, Guido a abraçou por trás apertando-lhe os seios ao mesmo
tempo em que metia a língua dentro do ouvido da faxineira.
-Não Guido, me larga. Falou a primeira coisa que lhe veio a
boca.
Quando terminou de pedir a Guido que a largasse, ele fez com
que o corpo dela tombasse e caísse sobre a cama. Violentamente o rapaz puxou a
bermuda e calcinha, de uma só vez, deixando a moça com a região pubiana
descoberta. Abriu o zíper da calça e o membro excitado pulou para fora.
-Não grita, senão perde o emprego. Eu só quero te comer.
Marli não sabia o que dizer e nem o que fazer.
-Anda, abre as pernas. Agora Guido falou autoritariamente.
Meteu a mão entre as coxas da moça separando as pernas e antes que o compasso
voltasse a se fechar, introduziu seu pênis excitado na vagina contraída.
Foram sete minutos de horror para Marli. Parecia que uma
espada afiada a rasgava ao meio. Quando sentiu o jato quente dentro de si e o
membro de Guido diminuindo de volume, deu vontade de dar um soco bem no pau do
nariz dele.
-Quando eu quiser te comer de novo eu te procuro. Agora você
já não tem mais cabaço.
-Nojento. Disse Marli olhando a pequena poça de sangue sobre
o lençol. Correu para o banheiro, lavou-se no bidê e voltou para o quarto afim de trocar rapidamente o lençol da cama.
-Nem isso o ordinário foi capaz de fazer.
-Nem isso o ordinário foi capaz de fazer.
Em casa, Marli temia que sua mãe ou irmã descobrisse o
ocorrido. No emprego temia por Guido. Estava ali para ser empregada, faxineira,
e não para ser amante dele. Depois, se ele tem uma namorada muito mais bonita e
muito mais gostosa que ela, que transavam toda semana, por que ele ia ficar
procurando uma moça pobre?
Marli passou a odiar todos os homens do mundo como se todos
fossem iguais a Guido.
Três meses se passaram e Guido não a procurou. Ela
entrava com cautela no quarto dele. Fazia sempre a limpeza pela manhã nos dois
quarto dos rapazes. Pela tarde, quando não era Geovane e seu amigo Tony, era Guido com sua
namorada.
Assustou-se Marli quando entrou no quarto de Lauciene e a encontrou espichada sobre a colcha de xenil amarelo. Blusa e calça
atravessada ao pé da cama. E aquele corpo seminu estirado no leito era uma
imagem estranha para a faxineira.
Lauciene fumava vorazmente um cigarro estranho. A ponta
acesa era uma lâmpada vermelha, sinalizadora, que Marli visualizava bem entre
os dois seios livres da moça que usava apenas uma calcinha branca. Lauciene
notou o jeito sem-jeito que Marli foi até a um canto para começar por
alí a faxina da manhã. No mesmo instante que Marli abaixou para passar a
vassoura por debaixo do guarda roupa , Lauciene sentou-se na cama e perguntou
com uma voz torpe.
-Marli, você me acha atraente?
Marli olhou para ela sem saber o que responder. Dizer o quê,
afinal?
-Marli, eu te perguntei. Você me acha atraente? A voz agora
estava menos torpe e mais determinada.
Marli se encostou à parede do quarto e procurou olhar um não
sei o que no teto. Lauciene levantou-se da cama, deu dois passos e acariciou o
formato redondo do rosto de Marli. Estendeu mais a mão e Marli nem sabia porque
estava permitindo aquele carinho na nuca.
Por iniciativa da moça seminua beijaram-se. Foi um longo
beijo. Lauciene voltou a sentar-se na cama segurando as mãos alvas da
faxineira. Deitou-se e trouxe uma das mãos de Marli até um de seus seios. Marli
começou a explorar os seios da moça deitada e instintivamente levou seus lábios
até as pontas dos mamilos roxos e pontiagudos. Lauciene passou suas mãos pelas
costas de Marli sob a blusa enquanto gemia baixinho.
Lembraram que a porta do quarto estava aberta. Lauciene foi
fechá-la enquanto Marli se despia até ficar com os mesmos trajes que a outra.
Abraçaram-se fortemente e enquanto se beijavam novamente, os dois corpos caíram
sobre a colcha de xenil com a de calcinha branca, Lauciene, sobre a de calcinha
laranja e de tecido mais pobre, Marli.
As mãos de Marli descobriram as nádegas de Lauciene e
consequentemente o sexo da que estava por cima já se encontrava descoberto e
com a calcinha na altura dos joelhos. Levantou-se e se livrou da calcinha
branca e tirou a de Marli. Amaram excitadamente e a falta de um pênis foi
resolvida com os dedos de ambas.
Os dias se sucediam. A vida de Marli virou uma monotonia.
Trabalho e novela durante a semana. No final de semana grupo de adolescentes
depois da missa das 17h30. Praça e raramente uma paquerinha nada interessante
ou que Marli se interessasse. Tanto Guido como Lauciene não a procurou mais.
-Ainda bem. Pensava ela. Com Guido não queria, achava que jamais superaria o trauma do sexo feito a força, ainda mais sendo a primeira vez. Com Lauciene fazia força para não querer. Se já aconteceu uma vez não quer dizer que sempre vai acontecer. Com mulher não se pode.
-Ainda bem. Pensava ela. Com Guido não queria, achava que jamais superaria o trauma do sexo feito a força, ainda mais sendo a primeira vez. Com Lauciene fazia força para não querer. Se já aconteceu uma vez não quer dizer que sempre vai acontecer. Com mulher não se pode.
Entrou no quarto da moça para mais uma faxina de rotina e
desta vez Lauciene não a assustou com a sua nudez completa sobre a cama. A
calcinha estava junto com a calça jeans jogada no chão.
-Tá afim, Marli? Perguntou.
-Não. Respondeu meio soluçado.
-Está bem, meu amor. Faço sozinha.
Marli reparou um objeto na mão de Lauciene. Um pênis de
plástico imitando um membro de verdade. Marli ficou reparando de soslaio o que
a moça faria com tal objeto.
Como se Marli não estivesse ali, Lauciene introduziu o
objeto entre as pernas e fazia um vai-e-vem entoado com gemidos de prazer.
Gozou. Riu para Marli e continuou deitada até que a faxina fosse concluída.
Passado algum tempo, Lauciene foi morar em Belo Horizonte
para se preparar para o vestibular e Guido foi morar em outra casa com a loura
que se engravidou. Assim Marli estava livre de possíveis assédios do rapaz e da
moça bissexual. Quanto a Geovane, estava cada vez mais tendo trejeitos
femininos.
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