sábado, 28 de abril de 2018

NÃO HÁ PREÇO



A pressa, a perfeita precisão
O disparo bem no coração
Ninguém me ampara na noite
Eu vou aparecer na tua casa hoje

A pretensão, a previsão do tempo
Minha visão tão nublada
Faça uma revisão na tua vida
Não revise nossa rota mais uma vez

A prisão de ventre, a falta de ventilação
Coisas que nos assaltam no meio da noite
O pesadelo, o puxão de cabelo
O poema escrito com muito esmero

A proteção policial, a putrefação do sistema
A facção central, a profecia que condena
Uma faca entre os dentes, o dedo que acusa
A causa no bilhete, o lembrete no bolso da calça

A poesia que faz sentido não está escrita
Em estrelas nesse céu da cor de chumbo
Eu posso até não ter nenhum rumo
Mas não vou me arrumar como você quer

Não há preço quando atravesso os muros da razão