sábado, 11 de junho de 2022

ESTRADA, GANGRENA E MARTE: PENTALOGIA DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS – XXI

ESTRADA, GANGRENA E MARTE: PENTALOGIA DAS MINHAS PÉTALAS SEMANAIS – XXI
 


As estradas são sempre um atentado contra a nossa segurança. Com quem encontraremos? Quem passará por nós? Qual a velocidade? E a dúvida é sempre uma gangrena que atenta contra nossa saúde mental. E que tal a vida em Marte? Seria diferente?
 
Dádiva. Dívida e dúvida. Poesia é isto. Uma dádiva compartilhar com vocês meus versos como se fosse uma dívida, acima de tudo, comigo mesmo. Mas fica uma dúvida. Há poesia nos meus poemas?
 
Permita-me desejar a você uma boa leitura.
 

 
EXPANSÃO

Aprecio com moderação
Os momentos inadequados
A vida que se enovela
Tropeços em passos não dados
Lixo fora do saco plástico
Enquanto monto castelos de cartas
Sobre a água do aquário
Expandindo meu reino
Em universos imaginários.
 
 
CAMINHANTE

Na estrada pequena esburacada
Sou homem sem destino e mochila
 
Frustações casas velhas distâncias dedos tesos
A vida a morte bússolas extremos estreitos
Asas decepadas
 
Olho de lado
E peço para trocar de lugar
Com o espantalho.
 
 
INÚTIL
 
Descavar toda a filosofia
De uma cotidiana fofoca
Enquanto há qualquer lâmpada
Queimada
Para ser trocada
Não faz de mim
Um poeta
E sequer serei
Uma gangrena
Desta síndrome.
 
 
INDEPENDÊNCIA OU MARTE
 
Ou teremos independência
Ou eu irei para marte
Lá sim serei feio igual ao rei
E dormirei mirando o azul da terra
Não terei que ir para a guerra.
 
Em Marte as mulheres são verdes
Dá para beijá-las pensando
Em batidas de abacate
Enquanto na Terra
As melhores são as maduras.
 
Ou proclamaremos a independência
Ou viajarei para Marte
E escreverei crônicas
Como Ray Bradbruy
E como Tomás Antonio Gonzaga
Estarei como em Moçambique
Um degradado
Por ter sido dedado
Pelo melhor amigo na Terra.
 
E quem sabe lá de Marte
Vou continuar amar-te.
 
 
MOTORES EM MIM
 
Você quer me encontrar ao acaso
Veste a jaqueta ofuscante
E parte de moto.
 
As luzes te seguem
Os postes te espiam
Tanta gente na calçada
E nenhum rosto te para.
 
Penso em saltar
Para encontrar o vazio da queda
Mas o ronco da sua moto
Acionam motores em mim
Que não funcionam sem você.


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