Com a proposta de semanalmente compartilhar com aquelas e
aqueles que gostam de versos e estrofes em um mundo que vive no universo dos
cofres trago nessa semana pétalas diversificadas:
1ª) A LÁGRIMA LATENTE: Um rondel que verseja sobre meu fazer
poemas, abordando o lado da tristeza.
2º) PORTO SEGURO: Esse poema é um Decanato poético, um
estilo experimental criado por Norma Aparecida Silveira Morais no Recanto das Letras. Sempre
que me aventuro nos experimentais,
mergulho no decanato. Em gestação o VertiKlaus de decanatos poéticos
verticais, e já na incubadora a obra Extremos Periféricos Mentalizados.
3º) ESCONDENDO DOS OLHOS: Esse poema faz parte do uma outra
gestação em curso a partir de poemas compostos sob efeito da pandemia. A
princípio batizado de Versos Infectantes. Mas isso pode mudar, assim como os
Extremos Periféricos Mentalizados.
4º) RETROVISOR QUEBRADO: Nesse segundo rondel da pentalogia
versejo sobre a relação do passado com o presente.
5º) NAS GARRAS DA SOLIDÃO: Um estilo que estou consolidando.
Estou chamando de pseudoglosa. Segue a ordem das estrofes de uma glosa mas fujo
de outras regras como sílabas poéticas e mote de um outro autor. Os montes são
criados por mim então posso chamar de necessariamente de glosa.
Espero que você se entretenha com o universo das minhas criações.
A LÁGRIMA LATENTE
Eu sempre escrevo
sobre a solidão
E sobre a lágrima
latente da ferida
E dessa nossa caça
diária pelo pão
Na selva de fauna tão
corrompida
Conheço o lado bom de
uma vida
Portanto é outra
minha inspiração
Eu sempre escrevo
sobre a solidão
E sobre a lágrima
latente da ferida
Eu até escuto as
vozes do coração
Falando-me da bela
manhã florida
Mas minha poesia traz
a desilusão
De quem já teve a
confiança traída
Eu sempre escrevo
sobre a solidão
PORTO SEGURO
Nosso amor efêmero
como bolha
Vinho bom em garrafa
sem rolha
E não deu nenhuma
outra escolha
O amor assassinado
pela falsidade
E sepultado nas valas
da brevidade
E foi sem deixar
nenhuma saudade
Portanto, outro amor
agora procuro
Um amor que seja meu
porto seguro
Um farol que ilumine
o meu futuro
Eu preciso de um amor
de verdade!
ESCONDENDO DOS OLHOS
O mundo é um caos, a
fotografia disfarça
A maldade que boceja
o hálito degradante
O mundo deu errado, a
democracia é farsa
Escondendo dos olhos
o fio de aço cortante
Não há mais a frase
certa que se possa dizer
Quando o abraço amigo
não é mais confiante
E nem o teu toque
carinhoso dá mais prazer
E
M
P
A
L
I
D
E
C
I
M
E
N
T
O
S
De nossas bandeiras
que nos diziam muito antes
Agora pandemia e
anemia dos ritmos alucinantes
RETROVISOR QUEBRADO
Não posso olhar para o passado
Sem ter aprumado meu presente
E a vida sempre dá o seu recado
Da carta que recebo é remetente
Só me resta ir sempre em frente
Com o meu retrovisor quebrado
Não posso olhar para o passado
Sem ter aprumado meu presente
Mas com o para-brisa embaçado
Só consigo enxergar o sol poente
Não olho para trás e para o lado
Eu só sigo o que o coração sente
Não posso olhar para o passado
NAS GARRAS DA SOLIDÃO
Nas garras da solidão
eu sangro rancor
Você me machucou como
ninguém mais
As manhãs sem você
são mais violentas
Os raios de sol que
atingem a pele ferem
O tempo voraz se
perde em horas lentas
Não sei que
sacrifício os deuses preferem
Mas não sou a oferenda
que eles querem
Nas garras da solidão
eu sangro rancor
Rasgando a alma com
meus doridos ais
Em gravidades das
tuas órbitas siderais
Você me ocultou teus
espinhos sob a flor
Você me machucou como
ninguém mais
LINK PARA A PRIMEIRA PENTALOGIA
PARA PROSSEGUIR NA SÉRIE
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