sexta-feira, 3 de agosto de 2018

AS PEGADAS (TRINCA DE POEMAS CURTOS)



AS PEGADAS

Aviso ao homem parado que o mundo morde
Arranca a orelha e nos faz sangrar pelos sonhos
Deixa um gosto amargo entre risos de hipócritas
Ninguém avisa quando o vento vira um furacão

Existe merda adubando as flores viçosas e cães
O amor entra pelas unhas de uma bela canção
E a vida pisa firme sobre canteiros e lençóis rotos
Deixando as pegadas para os historiadores tecerem

Só preciso abrir a porta e respirar o ar envenenado
Mas a manhã me sorri com seus olhos maliciosos

***

A HONRA


Minhas princesas se descabelaram
Diante das batalhas perdidas
E do reino afogado em sangue

Derrotado, ainda assim eu sigo
Alimento-me do gosto do perigo

Meus castelos se desmoronaram
Diante dos ataques inimigos
Mas a honra permanece comigo

***

A LUTA

Vou correr para abraçar meu amor pela última vez
A vida é frágil
A morte é ágil
As flores são serenas em seu fenecer no verão

Vou curtir o único e último adeus a mim dispensado
Pelos olhos fixos
Pela fêmea forte
Que foi a mulher me defendendo em batalhas inóspitas

Sigo a luta firme
Os dragões que devoram rotas moram na próxima esquina


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