AS PEGADAS
Aviso ao homem parado
que o mundo morde
Arranca a orelha e
nos faz sangrar pelos sonhos
Deixa um gosto amargo
entre risos de hipócritas
Ninguém avisa quando
o vento vira um furacão
Existe merda adubando
as flores viçosas e cães
O amor entra pelas unhas
de uma bela canção
E a vida pisa firme
sobre canteiros e lençóis rotos
Deixando as pegadas
para os historiadores tecerem
Só preciso abrir a
porta e respirar o ar envenenado
Mas a manhã me sorri
com seus olhos maliciosos
***
A HONRA
Minhas princesas se
descabelaram
Diante das batalhas
perdidas
E do reino afogado em
sangue
Derrotado, ainda
assim eu sigo
Alimento-me do gosto
do perigo
Meus castelos se
desmoronaram
Diante dos ataques
inimigos
Mas a honra permanece
comigo
***
A LUTA
Vou correr para
abraçar meu amor pela última vez
A vida é frágil
A morte é ágil
As flores são serenas
em seu fenecer no verão
Vou curtir o único e
último adeus a mim dispensado
Pelos olhos fixos
Pela fêmea forte
Que foi a mulher me
defendendo em batalhas inóspitas
Sigo a luta firme
Os dragões que
devoram rotas moram na próxima esquina
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