Meire
estava feliz e só não percebia que não a notasse ou não a mirasse como a sua
mãe.
No
dia seguinte os olhos de Meire começaram a perder o brilho. Arrependeu-se de
ter se entregado logo no primeiro encontro. Ele poderia julgá-la vadia que se
entregava a todos que encontrasse. Mas agora nada poderia fazer. Fora a
primeira para ele e disso ele jamais esqueceria. Sabia disso. Foi ele mesmo que
disse e pareceu ser realmente principiante na arte do amor. Poderia estar
mentido e fingindo. Mas não teria necessidade disso.
Relembrava
com emoção cada gesto, cada abraço, cada beijo e cada detalhe. Mas a indecisão
sempre entrava sem bater à porta. O que ele estaria sentindo em relação a ela?
Dois
dias se passaram e ele não a procurou nem para dizer que foi bom. Não tinha
coragem de ir à mercearia. Quando precisava mandava seu irmão.
As
dúvidas foram brotando com ervas daninhas no meio de uma lavoura.
Sábado
a tarde ela estava no portão quando ele surgiu e já ia passando sem dizer nada.
—
Afonsinho. — chamou quase gritando.
—
Oi Meire, como vai você? Hoje você está linda. — tentou ser agradável.
—
Afonsinho, tudo aquilo que aconteceu entre nós foi maravilhoso para mim. Eu
só... — as palavras começaram a faltar — Eu só queria que você não pensasse mal
de mim. Eu não sou vadia como você deve estar pensando. Eu só me entreguei por
que eu sou apaixonada por você.
—
Olha Meire. — disse Afonsinho depois de um longo suspiro. — eu te acho legal.
—
Então por que você não paquera comigo?
—
Porque eu não estou a fim de ficar com ninguém. Foi bom ter ficado com você.
Foi minha primeira experiência e isso deve ser nosso segredo. Mas eu não posso
te namorar.
Mal
Afonsinho terminou a última frase, Meire deu de costas e entrou na pequena casa
com os olhos cheios de lágrimas.
Sua
paixão por Afonsinho continuou mesmo depois de três meses tentado esquecê-lo.
Depois
de um tempo, mudou para outro bairro onde conheceu Carlos com quem começou a
ter um relacionamento.
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