APENAS POESIA
Enquanto o amor flui
Minha poesia em nada influi
Apenas flutua
Feito bruma
Pelo vento aberto
Enquanto o amor vaga
Minha poesia divaga
Pelas ruas de concreto restrito
Entre gritos de socorro
E a insônia de um apito
Enquanto o amor evapora
Minha poesia não se apavora
Não é olhar que chora
Mas hora de ver a vida que rasteja
Sobre uma litosfera
Quente por dentro e fria por fora
Enquanto o amor nos decepciona
Minha poesia é lente que espiona
Cada vestígio de luta
Cada gruta da crosta
E não se furta
De ser apenas poesia
OUTRA DIMENSÃO
Não há nenhum risco
Em atravessar a ponte
Eu não confio na fonte
Pode ser falsa informação
Por isso eu sempre arrisco
Dar um passo a frente
Pode não ser tão urgente
Mas tenho muita aflição
Não quero ser mero petisco
Nesse escabroso banquete
Pode até ser meu cacoete
Essa minha repetição
Eu só busco um aprisco
Fora dessa nossa realidade
Pode ser perda de sanidade
Tentar ir à outra dimensão
Eu fico feito pássaro arisco
Dentro dessa nossa gaiola
Tudo que aprendi na escola
Não passou da decoração
Apesar do seu chamarisco
Vou partir daqui a pouco
Não me tenha como louco
Apenas sigo minha intuição
O TEU ADEUS
Eu varri para debaixo do tapeteA tristeza que me assolava
Sei que não vai adiantar
Vai ficar a tristeza debaixo do tapete
Junta com tantas outras tristezas
De tantos outros dias
Mas o ato de varrer
Talvez seja terapia
Talvez deixe meu coração alvo
Por alguns instantes
Entre o último balanço da vassoura
E a próxima mosca
A pousar na minha sopa
Pois com o teu adeus
Eu já me acostumei!
Poemas postados no site RECANTO DAS LETRAS, visite minha páginas:KLAUS MENDES
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