SOBRAS DE MIM
Sacio minha alma
desamada
Nessa terra devastada
atada ao caos
Sento diante do
espelho opaco
Tento juntar meus
cacos pelo chão
Sinto o fim de uma
era de incertezas
As belezas ocultas
nem se revelam, nem se rebelam
Solto-me ao vento
feito cabelos longos de donzelas
Enfrentei duelos em
vão pela razão ou pela loucura
Subo no alto da
colina da minha quase existência
Não está lá a
essência do meu ser
Sai de casa para ver
que o mundo não é minha casa
Voltei para casa para
ver que minha casa não é mais meu mundo
Serrei ao meio o
galho que me servia de travessia
Agora fico de um lado
querendo estar do outro
Simplifiquei a vida
ao máximo que pude
Faltou-me poder para
retirar as poeiras do passado
Sombras do que fui dançam pelas paredes do meu quarto
Sobras do que fui mal
acobertam os meus ossos
Suor e lágrimas se
fundem em meu peito
Sou o rejeito que
salga o Doce
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