A pressa, a perfeita precisão
O disparo bem no
coração
Ninguém me ampara na
noite
Eu vou aparecer na
tua casa hoje
A pretensão, a
previsão do tempo
Minha visão tão
nublada
Faça uma revisão na
tua vida
Não revise nossa rota
mais uma vez
A prisão de ventre, a
falta de ventilação
Coisas que nos
assaltam no meio da noite
O pesadelo, o puxão
de cabelo
O poema escrito com
muito esmero
A proteção policial,
a putrefação do sistema
A facção central, a
profecia que condena
Uma faca entre os
dentes, o dedo que acusa
A causa no bilhete, o
lembrete no bolso da calça
A poesia que faz
sentido não está escrita
Em estrelas nesse céu
da cor de chumbo
Eu posso até não ter
nenhum rumo
Mas não vou me
arrumar como você quer
Não há preço quando
atravesso os muros da razão
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